A muda é um processo natural que acontece nas aves para renovar sua plumagem antes das épocas frias ou da migração anual, também durante a muda é permitido à fisiologia reprodutiva das aves, um descanso completo para que a ave construa suas reservas de nutrientes no organismo e consequentemente adquira uma boa reposição de plumagem para a nova fase reprodutiva. Normalmente a muda ocorre uma vez ao ano, podendo acontecer em algumas espécies duas ou três vezes por ano, com duração de até quatro meses.
O processo de substituição de penas será iniciado, mantido ou modificado por uma série de fatores que irão interagir entre si, As causas clínicas mais comuns são parasitas de pele, parasitos internos (vermes, protozoários), infecções bacterianas ou fúngicas na pele ou nos folículos das penas, alergias, distúrbios hormonais, desnutrição, aspergilose (infecção respiratória fúngica), doenças internas (doenças hepáticas) e carências nutricionais. As causas psicológicas ou comportamentais são o estresse, medo, susto, luz no criatório reduzindo as horas de sono, mudança brusca na rotina do pássaro, presença de outros pássaros cantando no recinto ou mistura de machos e fêmeas, principalmente, em diferentes estágios da muda.
Devemos considerar que a influência hormonal sobre a muda varia consideravelmente de espécie para espécie e a função da tireóide sempre foi considerada a mais importante neste processo, O hipotireoidismo em aves (geralmente causado por deficiência de iodo na ração) certamente provocará sérios atrasos e anomalias na muda. Hormônios gonadotróficos, também influenciam neste processo. Medicamentos também podem afetar o crescimento e muda de penas. Outro fator conhecido é a ação do fenbenzadole (Albendazóis), parasiticida intestinal que pode danificar a plumagem, se for administrado durante um período de crescimento das penas novas.
Entre os nutrientes essenciais que influenciam diretamente o desempenho das aves, destaca-se a metionina, primeiro aminoácido limitante para esses animais quando são utilizadas dietas à base de milho e soja. Além disso, a metionina desempenha várias funções no organismo das aves e tem efeito no sistema imune, na deposição de proteína, no metabolismo de lipídeos e no metabolismo energético.
Todos esses fatores individualmente ou combinados podem desencadear uma patologia que é conhecida como “MUDA ENCRUADA”, bem observada pela deficiência de crescimento de penas, áreas sem plumagem e ou penas mal formadas. Quando a muda não transcorre como o previsto, devemos buscar as causas do problema, ou seja, avaliar cada situação das quais foram descritas acima, para sabermos onde está a falha e tomar medidas preventivas e curativas.
É importante diferenciar “MUDA ENCRUADA” de “MUDA FORÇADA” ou “MUDA FRANCESA” que é processo que ocorre em granjas de produção de ovos (galinhas poedeiras, por exemplo), visando tempo de vida útil produtiva das aves, rapidez e menor perda na produção de ovos. Este processo consiste em induzir a muda de três maneiras básicas: farmacologicamente, nutricionalmente e métodos de manejo.
Sendo assim, tomando alguns cuidados principalmente em nível de nutrição e manejo podemos evitar problemas na muda das aves domésticas.
Fonte: http://www.provets.com.br/aves/drprovets-aves/artigos-drprovets-aves/muda-encruada.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Período de muda: Cuidados importantes
Por
Dr. Raul Palacios
A muda é um processo normal na vida de todos as aves e esta ligada a fatores biológicos relacionados aos hormônios produzidos pela tireoide. Ela ocorre em média uma vez ao ano, sempre posterior a época de reprodução. O período predominante é entre fevereiro e maio, podendo ser influenciado pela umidade do ar, temperatura e demais características de cada região. A muda é um evento natural na vida dos pássaros, logo não pode ser tratada como uma enfermidade. No entanto, os pássaros ficam mais debilitados e suscetíveis às doenças nesse período, inspirando mais atenção.
A muda completa leva até 8 semanas para as aves de gaiola. Na natureza, esse período pode levar até 4 meses. Tais diferenças acontecem pela necessidade de cada ave em manter uma ótima condição de voo. Sendo assim, aves em grandes viveiros tendem a ter uma muda mais longa do que uma ave em gaiola simples.
Algumas situações podem influenciar a entrada das aves na muda. Machos cantando em meio a fêmeas ou disputando canto com outros machos pode ter sua muda retarda. É necessário que a ave esteja em um ambiente tranquilo, livre de stress e outras situações que alterem sua rotina, para que ela possa entrar em um período de muda de forma equilibrada e estável. Em temperatura mais elevada, a muda tende a ser mais rápida. Com esse pensamento, muitos criadores encapam a gaiola durante a muda, com a intenção de manter o pássaro mais tranquilo e protegido de variações bruscas de temperatura. Porem, com a menor circulação de ar pela gaiola encapada, surgem problemas causados pelo vapores dos excrementos do pássaro(em especial a amônia). Isso pode trazer irritações nas vias respiratórias e nos olhos das aves.
Na muda ocorrem além da mudança de penas e plumas outros processos metabólicos não percebidos claramente pelos proprietários das aves. Machos perdem a fertilidade de forma temporária e as fêmeas para de ovular. É comum que casais não consigam fertilidade nos ovos quando estão próximos ao período de muda.
Banhos de sol são de grande valia e ajudam na época de muda. É especialmente importante nessa época manter a gaiola limpa e as aves fora de correntes de vento. O banho nas aves também é permitido desde que se tenha a precaução de evitar dias e horários mais frios.
Durante a muda os machos param de cantar e diminuem a sua movimentação na gaiola. As penas devem cair devagar e naturalmente, de forma que quase não se perceba sua entrada em muda. Se um dia para outro a gaiola aparecer forrada de penas ou se partes da pele estiverem expostas, há algo errado. Nesses casos é recomendado que procure um Médico Veterinário de sua confiança, pois a ave pode estar infectada com algum fungo ou parasita.
É de grande importância o aporte nutricional nessa época. A nutrição deve ser feita com alimentos próprios para cada tipo de ave e sempre suplementada com complementos nutricionais específicos para a época da muda. O mercado tem varias opções de marcas. Procure usar suplementos de fabricantes de sua confiança. Uma dieta equilibrada associada aos cuidados básicos é garantia de uma muda bem feita.
Fonte: Revista Pássaros - Ano XVI - nº 90 - pag. 53
Dr. Raul Palacios
A muda é um processo normal na vida de todos as aves e esta ligada a fatores biológicos relacionados aos hormônios produzidos pela tireoide. Ela ocorre em média uma vez ao ano, sempre posterior a época de reprodução. O período predominante é entre fevereiro e maio, podendo ser influenciado pela umidade do ar, temperatura e demais características de cada região. A muda é um evento natural na vida dos pássaros, logo não pode ser tratada como uma enfermidade. No entanto, os pássaros ficam mais debilitados e suscetíveis às doenças nesse período, inspirando mais atenção.
A muda completa leva até 8 semanas para as aves de gaiola. Na natureza, esse período pode levar até 4 meses. Tais diferenças acontecem pela necessidade de cada ave em manter uma ótima condição de voo. Sendo assim, aves em grandes viveiros tendem a ter uma muda mais longa do que uma ave em gaiola simples.
Algumas situações podem influenciar a entrada das aves na muda. Machos cantando em meio a fêmeas ou disputando canto com outros machos pode ter sua muda retarda. É necessário que a ave esteja em um ambiente tranquilo, livre de stress e outras situações que alterem sua rotina, para que ela possa entrar em um período de muda de forma equilibrada e estável. Em temperatura mais elevada, a muda tende a ser mais rápida. Com esse pensamento, muitos criadores encapam a gaiola durante a muda, com a intenção de manter o pássaro mais tranquilo e protegido de variações bruscas de temperatura. Porem, com a menor circulação de ar pela gaiola encapada, surgem problemas causados pelo vapores dos excrementos do pássaro(em especial a amônia). Isso pode trazer irritações nas vias respiratórias e nos olhos das aves.
Na muda ocorrem além da mudança de penas e plumas outros processos metabólicos não percebidos claramente pelos proprietários das aves. Machos perdem a fertilidade de forma temporária e as fêmeas para de ovular. É comum que casais não consigam fertilidade nos ovos quando estão próximos ao período de muda.
Banhos de sol são de grande valia e ajudam na época de muda. É especialmente importante nessa época manter a gaiola limpa e as aves fora de correntes de vento. O banho nas aves também é permitido desde que se tenha a precaução de evitar dias e horários mais frios.
Durante a muda os machos param de cantar e diminuem a sua movimentação na gaiola. As penas devem cair devagar e naturalmente, de forma que quase não se perceba sua entrada em muda. Se um dia para outro a gaiola aparecer forrada de penas ou se partes da pele estiverem expostas, há algo errado. Nesses casos é recomendado que procure um Médico Veterinário de sua confiança, pois a ave pode estar infectada com algum fungo ou parasita.
É de grande importância o aporte nutricional nessa época. A nutrição deve ser feita com alimentos próprios para cada tipo de ave e sempre suplementada com complementos nutricionais específicos para a época da muda. O mercado tem varias opções de marcas. Procure usar suplementos de fabricantes de sua confiança. Uma dieta equilibrada associada aos cuidados básicos é garantia de uma muda bem feita.
Fonte: Revista Pássaros - Ano XVI - nº 90 - pag. 53
NOVAS ANILHAS CAPRI
Tentativa de dilatação da nova anilha de aço
Olhem o que ocorre na tentativa de dilatação de 1 décimo de milímetro da
nova anilha de aço Capri Anti adulteração/falsificação. Teste efetuado na
"Anilhas Capri" Matéria completa na próxima edição da Revista
Passarinheiros e Cia.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
ESTUDO SOBRE O IVOMEC
AQUI FICA UM ESTUDO SOBRE IVOMEC
Rodrigo Silva Miguel
É médico veterinário e Criador de aves
ornamentais - CCCC - 293
l- Introdução
0 uso do Ivomec na criação de aves
ornamentais começou como o de vários outros medicamentos, como antibióticos,
antiinflamatórios, etc.: com adaptações de fármacos produzidos para mamíferos
como cães, bovinos e até mesmo humanos, ou da avicultura de produção, onde
considerando-se os pesos das aves, as doses são altíssimas.
A rigor esta atitude não é condenável
pelo fato de que naquela época e até mesmo hoje haver uma carência de
medicamentos específicos para passeriformes. Essa prática pode e até deve
continuar por facilitar o tratamento de nossas aves, porém, se algumas
observações básicas não forem feitas, isso pode levar ao fracasso, o melhor
plantel do mundo.
A ivermectina (Ivomec está no mercado
desde 1981 e até hoje é um dos antiparasitários de maior sucesso no tratamento
de endoparasitas (nematóides), ectoparasitas (ácaros e piolhos sugadores). Isto
se deve por sua ação particular no sistema nervoso (GABA) dos parasitas, o que
dificulta o aparecimento de resistências. Por essa capacidade de ação no
sistema nervoso, começou-se a estudar uma possível ação, do fármaco no sistema
nervoso dos hospedeiros (aves, bovinos, cães, etc.). detectando-se alguns
efeitos colaterais em algumas raças de cães e também em animais que receberam
superdosagem. Esses efeitos colaterais variam de incordenação motora e tremores
transitórios, perda de fertilidade por algum tempo em mamíferos até mortes em
alguns casos.
Devido à carência de estudos a respeito
do uso e efeitos colaterais de ivermectina em aves, decidimos desenvolver um
trabalho específico, em conjunto com o departamento de Farmacologia, Toxicologia
e Patologia da USP, patrocinado pelo CNPq. Este trabalho ainda está em
andamento sob os estudos da Dra. Camila G. Pontes (formanda da USP), e a cada
nova fase, mais subsídios são somados aos resultados demonstrados a seguir:
II – Objetivos
A intenção de se tratar a ação e os
possíveis efeitos colaterais da ivermectina em aves teve como principais
objetivos confirmar a eficácia da dose recomendada no tratamento de endo e
ectoparasitas, determinar os efeitos na reprodução (número de ovos, ovos
brancos, morte embrionária e viabilidade de filhotes), além de fixar o que
seria uma super dosagem prejudicial às aves.
Foram usados 36 casais de manons (Munia
demonstica) em gaiolas separadas onde observou-se por 2 ninhadas os parâmetros
reprodutivos acima indicados. Os dados foram anotados e logo após essas duas
ninhadas. Os casais foram divididos em quatro grupos para a administração da
droga.
Grupo 1 - Controle injetado apenas
propilenoglicol* (diluente)
Grupo 2 - Machos tratados com Ivomec
Grupo 3 - Fêmeas tratadas com Ivomec
Grupo 4 - Casal tratado com Ivomec
A aplicação foi feita na dose de 0,01
ml por kg de peso vivo (dose recomendada na literatura) por via intramuscular
peitoral. Para conseguir um volume significativo para a aplicação houve necessidade
de diluição do Ivomec em propilenoglicol. Observou-se a reprodução e na análise
das ninhadas houve um aumento na produtividade (número de ovos e de filhotes)
explicado pela desparasitação das aves.
A partir desta constatação começamos a
aumentar as doses na ordem de 10 vezes para cada ninhada onde começaram a
aparecer alterações reprodutivas como queda do número de ovos e/ou queda de
fertilidade (ovos brancos).
Hoje o experimento continua e já está
em uma dose bastante elevada sem apresentar sinais clínicos de efeitos nas
aves, a não ser diminuição da reprodução.
III – Conclusões
1 - Confirmou-se a eficácia do Ivomec
no tratamento de endo e ectoparasitas das aves ornamentais.
2 - Confirmou-se a dose recomendada e a
ausência de efeitos colaterais tanto nas aves quanto na sua reprodução nessas
condições.
3 - Confirmou-se o efeito prejudicial
se usado em dose errada ou de forma continua.
4 - Em dosagens muito elevadas pode
provocar convulsões, tremores, cegueira e até morte.
5 - É o medicamento de maior eficácia
para o tratamento de ácaro de traquéia e com os resultados rápidos
6 - Pela dificuldade de diluição a
campo, foram feitas algumas adaptações como colocar uma gota de seringa de
insulina na musculatura do peito, ou usar a formulação Pour-on (azul) pingando
no bico ou na nuca da ave.
7 - Seguindo essas formas de
administração, não se consegue atingir doses prejudiciais podendo ser usado com
segurança tanto para a ave quanto para a sua reprodução.
8 - O único cuidado deve ser com a
época e a freqüência de administração do Ivomec, que deve ser determinada pelo
veterinário responsável pelo plantel de acordo com a espécie, época de
reprodução e grau de parasitismo.
IV - Considerações Finais
Esses dados foram extraídos de trabalho
científico realizado por nós dentro da faculdade de Medicina Veterinária da USP
e confirmados na prática em nossa criação situada no município de Batatais, São
Paulo, onde tratamos diferenciadamente 3000 matrizes de 28 espécies de aves.
OUTRO ESTUDO E DOSE A APLICAR
O presente artigo se propõe a apenas
apresentar os resultados de quatro anos de uso de ivermectina na criação de
canários, sem pretensões de se apresentar como trabalho científico, em vista
das inúmeras dificuldades decorrentes de uma aproximação científica do
problema. Em nenhum momento foi possível evidenciar a presença do ácaro, sendo
o diagnóstico feito através dos sintomas e pelo fato de a afecção não reagir a
tratamentos convencionais.
Em um plantel composto por 26 casais e
uma produção média de 5 a 6 filhotes por casal ao ano, frequentemente ocorria a
perda de uns poucos indivíduos anualmente, em função da infestação por
Sternostoma tracheacolum, o ácaro da traquéia.
Além da morte de reprodutores, uma
perda maior decorrente do problema, a nosso ver, era a representada pela baixa
eficiência reprodutiva dos indivíduos infestados.
Vários métodos de tratamento foram
sugeridos por outros criadores, porém nenhum se mostrou realmente eficaz,
principalmente no que diz respeito a uma possível erradicação do agente.
Em meados de 1985, muitos criadores já
experimentavam o IVOMEC ®(Merck, Sharp & Dohme), injetável para bovinos,
administrado por pincelamento em região da qual se removiam previamente as
penas. O método nos parecia muito empírico e de resultados duvidosos, visto não
se ter controle sobre a quantidade de princípio activo aplicada, incorrendo
inclusive em grave risco para a saúde do pássaro.
Em Dezembro de 1985, o professor Murray
Fowler, ministrando o curso de Medicina Veterinária de Animais Silvestres e de
Zoológico, na Universidade Federal do Paraná, mencionou a possibilidade de se
empregar em aves, o IVOMEC para ovinos, preparado para ser administrado por via
oral. Sugeriu a dose de 4 ml dessa solução por litro de água de bebida, durante
três dias seguidos. A medicação deveria ser repetida mais duas vezes, com
intervalos de 14 dias, a fim de erradicar o ácaro do plantel e das instalações.
Este intervalo se justifica pelo fato de que formas de desenvolvimento ocorrem
nos pássaros, ficando muitas nas instalações. As repetições da medicação visam
então a atingir aqueles indivíduos que, nas primeiras aplicações, não
estivessem instalados nos pássaros.
Este foi então o procedimento adoptado
em nosso plantel. A princípio a droga foi aplicada a apenas um gaiolão,
contendo 12 canários, para verificação de eventual toxidade. Observou-se leve
diarreia, mostrando-se os pássaros ligeiramente deprimidos, com olhos
semi-fechados. Esta se deve provavelmente ao veículo empregado na suspensão, o
propilenoglicol. Este é necessário pelo fato de a ivermectina não ser solúvel
em água.
Esta depressão desaparece porém logo
que se suspende a medicação, não ficando qualquer sequela.
Com base nestes fatos, passamos a
empregar o produto na forma recomendada acima, em todo o plantel. Escolhemos o
período que precedia a época de reprodução, considerando que já não ocorreriam
mais entradas de animais novos no plantel.
Observamos bons resultados, com a
aparente erradicação do agente, visto que não foram mais observados quaisquer
sintomas respiratórios, inclusive obtendo-se a cura completa de algumas aves
bastante afectadas.
Desde então temos empregado este
procedimento anualmente, após a estabilização do plantel e antes do período de
reprodução.
Como era de se esperar, a droga actuou
também sobre o piolho conhecido como «vermelhinho». No início, a erradicação
foi completa. Actualmente, ocorre apenas uma redução na incidência,
possivelmente pelo surgimento de resistência ao princípio activo. Mesmo assim,
é um bom auxiliar no controle deste parasita, fora da época de postura.
Utilizamos o produto durante essa estação, na tentativa de controlar um surto
desse parasita. Observamos que aqueles ácaros instalados nos ninhos, que
representam o maior problema nesta época, não foram atingidos. Isto se deve
provavelmente ao fato de estes piolhos se alimentarem basicamente do sangue dos
filhotes, os quais não devem receber quantidade suficiente do princípio activo.
A droga também não se aplica ao
controle dos Malaphaga, os piolhos das penas, pois o princípio activo não chega
até eles.
Em face de nossa experiência, este
parece ser um dos únicos produtos realmente eficazes no controle do ácaro de
traquéia, cujo uso se justifica mesmo em face de seu alto custo.
Período de muda: Cuidados importantes.
Período de muda:
Cuidados importantes
Por
Dr. Raul Palacios
Por
Dr. Raul Palacios
A muda é um processo normal na
vida de todos as aves e esta ligada a fatores biológicos relacionados aos
hormônios produzidos pela tireoide. Ela ocorre em média uma vez ao ano, sempre
posterior a época de reprodução. O período predominante é entre fevereiro e
maio, podendo ser influenciado pela umidade do ar, temperatura e demais
características de cada região. A muda é um evento natural na vida dos
pássaros, logo não pode ser tratada como uma enfermidade. No entanto, os
pássaros ficam mais debilitados e suscetíveis às doenças nesse período,
inspirando mais atenção.
A muda completa leva até 8 semanas
para as aves de gaiola. Na natureza, esse período pode levar até 4 meses. Tais
diferenças acontecem pela necessidade de cada ave em manter uma ótima condição
de voo. Sendo assim, aves em grandes viveiros tendem a ter uma muda mais longa
do que uma ave em gaiola simples.
Algumas situações podem influenciar
a entrada das aves na muda. Machos cantando em meio a fêmeas ou disputando
canto com outros machos pode ter sua muda retarda. É necessário que a ave
esteja em um ambiente tranquilo, livre de stress e outras situações que alterem
sua rotina, para que ela possa entrar em um período de muda de forma
equilibrada e estável. Em temperatura mais elevada, a muda tende a ser mais
rápida. Com esse pensamento, muitos criadores encapam a gaiola durante a muda,
com a intenção de manter o pássaro mais tranquilo e protegido de variações
bruscas de temperatura. Porem, com a menor circulação de ar pela gaiola
encapada, surgem problemas causados pelo vapores dos excrementos do pássaro(em
especial a amônia). Isso pode trazer irritações nas vias respiratórias e nos olhos
das aves.
Na muda ocorrem além da mudança de
penas e plumas outros processos metabólicos não percebidos claramente pelos
proprietários das aves. Machos perdem a fertilidade de forma temporária e as
fêmeas para de ovular. É comum que casais não consigam fertilidade nos ovos
quando estão próximos ao período de muda.
Banhos de sol são de grande valia
e ajudam na época de muda. É especialmente importante nessa época manter a
gaiola limpa e as aves fora de correntes de vento. O banho nas aves também é permitido
desde que se tenha a precaução de evitar dias e horários mais frios.
Durante a muda os machos param de
cantar e diminuem a sua movimentação na gaiola. As penas devem cair devagar e
naturalmente, de forma que quase não se perceba sua entrada em muda. Se um dia
para outro a gaiola aparecer forrada de penas ou se partes da pele estiverem
expostas, há algo errado. Nesses casos é recomendado que procure um Médico
Veterinário de sua confiança, pois a ave pode estar infectada com algum fungo
ou parasita.
É de grande importância o aporte
nutricional nessa época. A nutrição deve ser feita com alimentos próprios para
cada tipo de ave e sempre suplementada com complementos nutricionais
específicos para a época da muda. O mercado tem varias opções de marcas.
Procure usar suplementos de fabricantes de sua confiança. Uma dieta equilibrada
associada aos cuidados básicos é garantia de uma muda bem feita.
Fonte: Revista Pássaros - Ano XVI
- nº 90 - pag. 53
Desabafo de um Criador de Azulão.
AZULÃO
AMIGOS VAMOS COMERÇAR ESSE PEQUENO TEXTO COM UM
DESABAFO FEITO POR UM AMIGO NOSSO DE MARÍLIA – SP, GRANDE ENTENDEDOR DA
ESPÉCIE, EDWARD TÉDDE UM APAIXONADO POR AZULÃO E QUE FAZ SELEÇÃO GENÉTICA PARA
RODA.
“Todo ano tento colocar em discussão a situação dos
azulões em torneios, ou melhor, o seu desaparecimento dos torneios. Os motivos
de sua escassez acredito que todos sabem, porém há explicações pra isso e
algumas afirmações são equivocadas.
O Azulão ganhou através dos anos a fama de ingrato, frio, melindroso, instável, imprevisível injustamente. Isso ocorreu mais por culpa dos donos dos próprios pássaros. Freqüentemente confundem o azulão ser cantor com ter fibra, e quando o azulão realmente apresenta fibra não fazem preparação nenhuma para que ele a desenvolva ou a mostre completamente. Muitas vezes, simplesmente pegam o pássaro que nunca saiu de casa, colocam dentro de um carro que ele quase nunca entrou, sem capa, levam-no a um território de outro azulão e jogam-no do lado do prego do dono do território, assim até leão afina! E ainda por cima nos meses de Maio, Junho e Julho quando é raro ter algum pássaro firme. Fatos estes que dificilmente vemos acontecer com outras espécies, apenas com o Azulão.
O azulão realmente tem um manejo diferenciado para torneios ou badernas mais pesadas, mas ate aí o Trinca-Ferro e o coleiro também o têm.
Todo pássaro afina. Meus azulões já afinaram, porém em condições que eu pude entender, compreender e aprender. Meus azulões nunca me deixaram na mão, isso eu posso dizer, nunca me fizeram passar vergonha, mesmo aqueles de menor fibra, porque eu nunca os fiz passar vergonha tirando de casa careca, sem rabo, cheio de cartuchos, com febre de muda, nunca chutei a gaiola pra mostrar que é manso, não bato os dedos na tala da gaiola. Na maioria das vezes que algum não deu o rendimento esperado, eu sabia que a culpa era minha e não dele. Peço a vocês que cuidem bem dos seus azulões, que os respeitem, que os compreendam, sejam parceiros deles e não carrascos. O pássaro não sabe que você trata todo dia dele porque você gosta dele, mas ele recebe essa energia boa, e isso ele consegue perceber, todo animal percebe. O pássaro sabe pelo seu cheiro e seu semblante se você está doente, se está cansado, se está estressado ou tudo está bem.
Passeie com seu azulão e veja a fera que ele pode virar, fique entrosado com ele e verá como o pássaro muda. Não há nada mais gostoso do que chegar perto da gaiola pra tratá-lo e ele conversar baixinho com você, ver a capa de passeio chegar perto dele e ele começar a cantar feito louco porque sabe o que vai acontecer, ou ainda te seguir pelos poleiros da gaiola, viveiro ou voador enquanto você passa por ele.
Vamos parar com essa besteira absurda de que pra ser bom o azulão tem que cantar na muda tem que cantar encartuchado tem que se pegar com o outro sem rabo... Alguém faz isso com TF?? Não!! Alguém faz isso com Coleiro?? Não!! Então porque tem fazer com o azulão??
Não vou dizer que não faço algumas dessas coisas que digo pra não fazer, mas quando saio com meu pássaro de casa, ele já sabe o que vai acontecer, ele vai preparado! Esqueçam um pouco de fêmea, Azulão é 50% nutrição e 50% dono, e é o dono que depois de muito manejo vê se precisa ou não de fêmea...
O azulão nunca fica em cima do muro, ou ele tenta até o último momento afinar o oponente ou ele será afinado. Além disso, em qualquer situação que o desagrade, ele mostrará entopetando enquanto que um Coleiro mostraria ficando quieto ou travado. Entendam que é a maneira de mostrar seu desagrado.
Acredito que os fatores responsáveis por sua extinção em torneios, além da fama injusta, foi a perda de espaço para as outras espécies com a moda de TF e Coleiro e a diminuição de azulões em liberdade. É sabido que a maior presença de determinadas espécies em torneios está relativamente ligada a sua abundância na natureza. Antigamente a caça foi abusiva, porém era um mal necessário para suprir a demanda dos criadores por padreadores e matrizes, acontece que ninguém se dedicou a reproduzir, somente agora a reprodução começa a dar os primeiros passos.
Passeie com seu azulão, treine-o, teste-o, conheça-o assim poderá dizer o que ele realmente é. Está certo que os ruins existem, mas antes dê uma chance
Peço ainda às associações ou aos competidores que ao disponibilizarem um local para a roda, não deixem o pior local, pois para pássaros que estão retornando agora à fibra podem não se destacar devido ao lugar ruim e falta de experiência. Vamos fazer o possível para levantar a categoria azulão e tratá-la como modalidade, não como incentivo ou favor!
Levem seus pássaros aos torneios, conheçam criadores, troquem experiências!
Azulões em torneios já!”
O Azulão ganhou através dos anos a fama de ingrato, frio, melindroso, instável, imprevisível injustamente. Isso ocorreu mais por culpa dos donos dos próprios pássaros. Freqüentemente confundem o azulão ser cantor com ter fibra, e quando o azulão realmente apresenta fibra não fazem preparação nenhuma para que ele a desenvolva ou a mostre completamente. Muitas vezes, simplesmente pegam o pássaro que nunca saiu de casa, colocam dentro de um carro que ele quase nunca entrou, sem capa, levam-no a um território de outro azulão e jogam-no do lado do prego do dono do território, assim até leão afina! E ainda por cima nos meses de Maio, Junho e Julho quando é raro ter algum pássaro firme. Fatos estes que dificilmente vemos acontecer com outras espécies, apenas com o Azulão.
O azulão realmente tem um manejo diferenciado para torneios ou badernas mais pesadas, mas ate aí o Trinca-Ferro e o coleiro também o têm.
Todo pássaro afina. Meus azulões já afinaram, porém em condições que eu pude entender, compreender e aprender. Meus azulões nunca me deixaram na mão, isso eu posso dizer, nunca me fizeram passar vergonha, mesmo aqueles de menor fibra, porque eu nunca os fiz passar vergonha tirando de casa careca, sem rabo, cheio de cartuchos, com febre de muda, nunca chutei a gaiola pra mostrar que é manso, não bato os dedos na tala da gaiola. Na maioria das vezes que algum não deu o rendimento esperado, eu sabia que a culpa era minha e não dele. Peço a vocês que cuidem bem dos seus azulões, que os respeitem, que os compreendam, sejam parceiros deles e não carrascos. O pássaro não sabe que você trata todo dia dele porque você gosta dele, mas ele recebe essa energia boa, e isso ele consegue perceber, todo animal percebe. O pássaro sabe pelo seu cheiro e seu semblante se você está doente, se está cansado, se está estressado ou tudo está bem.
Passeie com seu azulão e veja a fera que ele pode virar, fique entrosado com ele e verá como o pássaro muda. Não há nada mais gostoso do que chegar perto da gaiola pra tratá-lo e ele conversar baixinho com você, ver a capa de passeio chegar perto dele e ele começar a cantar feito louco porque sabe o que vai acontecer, ou ainda te seguir pelos poleiros da gaiola, viveiro ou voador enquanto você passa por ele.
Vamos parar com essa besteira absurda de que pra ser bom o azulão tem que cantar na muda tem que cantar encartuchado tem que se pegar com o outro sem rabo... Alguém faz isso com TF?? Não!! Alguém faz isso com Coleiro?? Não!! Então porque tem fazer com o azulão??
Não vou dizer que não faço algumas dessas coisas que digo pra não fazer, mas quando saio com meu pássaro de casa, ele já sabe o que vai acontecer, ele vai preparado! Esqueçam um pouco de fêmea, Azulão é 50% nutrição e 50% dono, e é o dono que depois de muito manejo vê se precisa ou não de fêmea...
O azulão nunca fica em cima do muro, ou ele tenta até o último momento afinar o oponente ou ele será afinado. Além disso, em qualquer situação que o desagrade, ele mostrará entopetando enquanto que um Coleiro mostraria ficando quieto ou travado. Entendam que é a maneira de mostrar seu desagrado.
Acredito que os fatores responsáveis por sua extinção em torneios, além da fama injusta, foi a perda de espaço para as outras espécies com a moda de TF e Coleiro e a diminuição de azulões em liberdade. É sabido que a maior presença de determinadas espécies em torneios está relativamente ligada a sua abundância na natureza. Antigamente a caça foi abusiva, porém era um mal necessário para suprir a demanda dos criadores por padreadores e matrizes, acontece que ninguém se dedicou a reproduzir, somente agora a reprodução começa a dar os primeiros passos.
Passeie com seu azulão, treine-o, teste-o, conheça-o assim poderá dizer o que ele realmente é. Está certo que os ruins existem, mas antes dê uma chance
Peço ainda às associações ou aos competidores que ao disponibilizarem um local para a roda, não deixem o pior local, pois para pássaros que estão retornando agora à fibra podem não se destacar devido ao lugar ruim e falta de experiência. Vamos fazer o possível para levantar a categoria azulão e tratá-la como modalidade, não como incentivo ou favor!
Levem seus pássaros aos torneios, conheçam criadores, troquem experiências!
Azulões em torneios já!”
Edward Tédde - Marília/SP
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